Quem é ou já foi adepta das leituras da Sabrina sabe bem como são os estereótipos de mocinhas e mocinhos, algo como uma mocinha bonita, tímida, de pele acetinada, com habilidade do lar e o sonho de ter um amor para vida inteira, passando por cima até de seu amor próprio, enquanto o mocinho tem dinheiro, poder, arrogância, não sabe o que é o amor e diz que ama a mocinha mesmo demonstrando um ato controlador inconcebível.
De uns tempos para cá essa imagem fora se apagando acompanhando as prioridades e as mudanças das suas leitoras, apareceram outras marcas de diferente estilos de romance, mesmo assim o tema central era o mesmo: O amor de toda uma vida. Mas penso que além de uma boa história de amor, a essência dos personagens são tão importante quanto.
No livro A Bainha e a Espada, Vanak destruiu a essência da personagem Fátima, que tinha como sonho ser uma guerreira do vento e que no final fora traída, retirada do seu sonho, tornando-a o que, pelo que eu pensava, era a última coisa que ela desejava e ainda sim pode perdoar o Tarik por um “amor” tão egoísta como pretencioso da parte dele. Realmente não consegui terminar o livro de raiva, a personagem forte na primeira parte do livro se tornou ao passar cada vez mais digna de pena e a única coisa que ela podia se orgulhar: Suas visões. Ela sentia vergonha. Eu senti vergonha dela e do machismo estampado nesse livro.
Como Conquistar uma Lady Relutante, Jeffries conseguiu seguir a ideia de uma mulher independente que depois de uma decepção com o seu “Príncipe Encantado” tornou-se uma conhecida escritora, digna de escândalo, adorei como ela pegava as falas e os acontecimentos de sua vida e transformava em seus livros. Causando desespero em Giles, que logo tratou de pedi-la em casamento, o plano de Minerva de maneira alguma era casar, mas sim conseguir seu dinheiro. No meio do livro ela descobre que Giles armou para ela e facilmente aceita se casar com ele? Sem nem um escândalo ou vingança? Ora por favor, achei que tivesse mais ferro no sangue dessa mocinha! Decepcionante, sim.
Já escrevi mais de uma vez um livro temendo tornar a minha personagem traidora de seu próprio movimento, pois uma coisa é se apaixonar e outra é desviar ou destruir sua essência. Tanto nos livros quanto na vida real, a essência é parte de uma boa história, vilões e mocinhos não podem ser desviados do que realmente são. Transformações e mudança de personalidade são duas coisas diferente e ao mesmo tempo muito fáceis de serem confundidas, uma linha tênue entre guardar o livro na estante e deleta-lo de sua pasta no computador.
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